Julho Amarelo e o combate às hepatites virais

por Assessoria de Comunicação publicado 06/07/2022 12h33, última modificação 22/10/2024 15h19

Julho Amarelo e o combate às hepatites virais

Esse mês a Câmara Municipal de Bicas abraça a campanha Julho Amarelo, idealizada pelo Movimento Brasileiro de Luta Contra as Hepatites Virais (MBHV) e pela Sociedade Brasileira de Hepatologia(SBH) para reforçar as ações de vigilância, prevenção e controle das hepatites virais.

A falta do conhecimento da existência da doença é o grande desafio. Por isso, o objetivo é chamar a atenção, especialmente, para as hepatites B e C, que são doenças silenciosas, perigosas, e nem sempre apresentam sintomas.

O mês de julho foi escolhido porque no dia 28 celebra-se o Dia Mundial da Luta Contra Hepatites Virais, data criada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) a pedido do Brasil. Já a cor amarela está ligada a um dos sintomas característicos da doença, como pele e os olhos amarelados.

O que é hepatite?

A hepatite é uma inflamação do fígado que pode ser decorrente de diversas causas, sendo por meio da infecção por vírus ou pelo uso de medicamentos, álcool e outras drogas. Doenças autoimunes, metabólicas ou genéticas também podem causar a inflamação.

Alguns dos sintomas mais comuns são: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. No entanto, é importante lembrar que nem sempre a doença apresenta sintomas.

No caso específico das hepatites virais, que são o objeto da campanha Julho Amarelo, as inflamações sãocausadas por vírus classificados pelas letras A, B, C, D (Delta) e E. O SUS (Sistema Único de Saúde) oferece diagnóstico e tratamento gratuito para todos os tipos de hepatites virais, sendo mais comuns do tipo A, B e C.

A recomendação é que todas as pessoas com mais de 45 anos de idade façam o teste, gratuitamente, em qualquer posto de saúde. Em caso de resultado positivo, o tratamento pode ser feito na rede pública de saúde.

Formas de contágio e prevenção:

As hepatites virais podem ser transmitidas pela relação sexual desprotegida, pelo contato com sangue contaminado e através do compartilhamento de seringas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos perfuro-cortantes. O contágio fecal-oral é mais comum em locais onde as condições de saneamento básico são precárias.

As hepatites podem ainda ser transmitidas da mãe para o filho durante a gravidez (transmissão vertical), e por meio de transfusão de sangue ou hemoderivados, apesar de ser menos comum.

* Hepatite A: a vacina contra a hepatite A é a principal medida de prevenção, sendo altamente eficaz e segura. É preciso estar atento às condições de saneamento básico e de higiene. É diagnosticada em pacientes que apresentam mal-estar, vômitos, icterícia, urina escura e acolia fecal.

* Hepatite B: a vacina também é a principal forma de prevenção contra a hepatite B. Outras medidas de prevenção podem ser adotadas, como usar preservativo nas relações sexuais, não compartilhar objetos de uso pessoal, esterilizar equipamentos para tatuagem e piercings.

Mulheres grávidas ou com intenção de engravidar devem se testar para prevenir a transmissão de mãe para o bebê. A profilaxia para a criança após o nascimento reduz drasticamente o risco de transmissão vertical.

O tratamento para a hepatite B (doença que não possui cura) é o controle por meio de acompanhamento médico e medicamento para combater a multiplicação do vírus no fígado durante toda a vida. A hepatite D, de forma similar, com uso de medicamento por aproximadamente 1 ano.

– Hepatite C: É considerada a maior epidemia da humanidade e não existe vacina. A doença é a principal causa de transplantes de fígado e pode causar cirrose, câncer de fígado e até morte. A hepatite C é tratada com medicamento por cerca de 12 semanas, tendo chance de cura de 95%. Para a testagem é necessário coletar uma gota de sangue do dedo do paciente.

Para evitar a infecção é importante não compartilhar com outras pessoas qualquer objeto que possa ter entrado em contato com sangue (seringas, agulhas, alicates, escova de dente, etc); usar preservativo nas relações sexuais; não compartilhar quaisquer objetos utilizados para o uso de drogas.

Toda mulher grávida precisa fazer no pré-natal os exames para detectar as hepatites B e C, HIV e sífilis. Em caso de resultado positivo, é necessário seguir todas as recomendações médicas. O tratamento da hepatite C não está indicado para gestantes, mas após o parto a mulher deverá ser tratada.

Os testes rápidos para hepatites B e C são indicados para diagnósticos em indivíduos com infecção crônica e assintomáticos, ou seja, podem estar com a doença, mas não tem conhecimento.

* Hepatite D: causada pelo vírus da hepatite D (VHD) ocorre apenas em pacientes infectados pelo vírus da hepatite B. A vacinação contra a hepatite B também protege de uma infecção com a hepatite D.

* Hepatite E: causada pelo vírus da hepatite E (VHE) e transmitida por via digestiva (transmissão fecal-oral), provocando grandes epidemias em certas regiões.